A criatividade é o principal factor para quem exerce essa arte, contudo isso é apenas o início da jornada de quem escreve.
Alguns têm “vida” mais fácil, chegando até a se profissionalizar, contudo aqui no terceiro mundo, a profissionalização é deveras difícil, temos que ter a nossa primeira profissão, para garantir o “feijão”; para depois investir na nossa paixão, que alimenta o ego e nos faz crescer como pessoa, difundindo mensagens positivas por todo esse mundo de meu Deus.
Nessa grande empreitada, a maioria tira dinheiro do próprio bolso, pois os patrocinadores preferem mais “investir” em uma “festinha” que dá muito mais gente e retorno, a investir na cultura e no novo escritor.
Nas idas e vindas de uma editoração, o susto do valor da publicação será diluído pelo sonho do primeiro livro, os devaneios começam a transitar na cabeça do escritor, prêmios, troféus, já pensou na repercussão de todo aquele conteúdo que outrora estava clamando para sair da gaveta?
Chega a hora da publicação e todos que o rodeiam pedem por uma noite de autógrafos, para isso além de dinheiro no bolso para investir mais uma vez no coquetel, o escritor tem que ter coração de aço, com toda aquela expectativa do lançamento que pode resumir-se em alguns conhecidos que resolveram dar uma forcinha no ao estreante na arte de escrever.
Muitos autores fazem a festa, gastam todo aquele valor e no final entrega seu “sonho” literário de “mão” beijada para ver se ganha alguns leitores, envia até pelo correio a sua obra, tem pessoas que recebem o exemplar e “esquecem” até de agradecer, encostando o dito cujo na estante empoeirada junto ao dicionário.
Outros mais decididos saem à procura do seu leitor, cliente comprador ou qualquer nome que possa ser usado para conhecer a sua obra.
Alguns ainda soltam pérolas como “- ele gosta de escrever” ; “escrever é bom para se desenvolver”; “ -vou comprar para te dar uma “força”; ou até “um dia desses eu farei o meu...”.
Têm outros que compram o livro sem pestanejar, contudo para pagar o autor que vai ter que suar a pestana, ficando ali na marcação, até que um dia o “enrolado” resolve pagar na melhor das hipóteses; outros fogem como o diabo da cruz, é só o escritor apontar que ele vai saindo, com aquele sorriso amarelo.
Nesse imbróglio todo tem o “incentivador” que quer saber logo a livraria que vai estar à venda, clamando pela segunda edição ou até mais um novo livro pensando que a “fábrica de idéias” funciona dessa forma.
Por isso caro autor tome muito cuidado na hora de tirar o seu livro da gaveta para investir na cultura de um pais predominantemente aculturado, pois cada passo tem que ser meticulosamente calculado porque na verdade o seu louvável sonho poderá se tornar um triste pesadelo.
Popoleta ´19